Nestlé vai instalar a primeira fábrica de cápsulas de café fora da Europa em Montes Claros

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A unidade vai abastecer os mercados interno e externo a partir do segundo semestre de 2015, com cerca de 360 milhões de produtos por ano.

A multinacional suíça Nestlé vai lançar na próxima semana a pedra fundamental de sua primeira fábrica de cápsulas de café fora da Europa. A unidade será em Montes Claros (MG) e demandará investimentos de R$ 186 milhões, segundo documento enviado pela empresa ao governo mineiro.

A nova instalação vai abastecer os mercados interno e externo a partir do segundo semestre de 2015, com cerca de 360 milhões de cápsulas ao ano, conforme a solicitação de licença ambiental. A Nestlé não comentou.

O lançamento do empreendimento, na próxima quinta-feira, deve contar com a presença do presidente global da Nestlé, Paul Bulcke, do presidente da empresa no Brasil, Juan Carlos Marroquín, e do vice-presidente para as Américas, Laurent Freixe.

Em fevereiro, o Jornal Valor Econômico informou que o Brasil era candidato a ter uma fábrica de cápsulas da Nestlé da marca Nescafé Dolce Gusto, mais popular que a Nespresso. A multinacional não confirmou que marca será produzida na nova unidade.

A brasileira 3 Corações também terá uma fábrica de cápsulas em Montes Claros (MG), com investimento inicial de R$ 45 milhões e previsão de aplicar outros R$ 45 milhões, caso a demanda continue em alta. Os projetos das duas fabricantes somam R$ 276 milhões.

A 3 Corações informa que a fábrica começa a ser construída no primeiro trimestre de 2015 e vai produzir cápsulas de diversas bebidas. Atualmente, os produtos são encapsulados na Itália.

A fábrica da Nestlé será em propriedade anexa à unidade da companhia que produz leite condensado. O documento do governo mineiro diz que serão empregadas 120 pessoas.

Segundo fontes do setor, a Nestlé vem negociando, há meses, uma autorização do governo brasileiro para importar café verde de outros países, para compor seus “blends” nas cápsulas. Não há proibição de importação da matéria-prima, mas é exigido um certificado de análise de risco de pragas do Ministério da Agricultura. O assunto ainda está sendo discutido dentro do governo e se houver alguma decisão, será deliberada pela Câmara de Comércio Exterior (Camex), informou o ministério.

Uma fonte afirmou que a Nestlé, ao instalar sua fábrica no Brasil, tenderia a usar inicialmente 60% de grãos brasileiros em suas cápsulas, e o restante de outras origens. O percentual de café nacional poderia logo passar para 90%, diante dos altos custos de importação de grãos verdes do exterior.

O volume de cápsulas de café comercializado no Brasil cresceu 52,4% em doze meses até outubro, na comparação com os doze meses anteriores, segundo pesquisa da Nielsen para a Associação Brasileira da Indústria de Café (Abic). Em valor, o crescimento é de 55,5%. O consumo ainda está concentrado nas classes A e B, no Estado de São Paulo e no Sul do país.

As cápsulas começaram a ser comercializadas no país há pouco mais de uma década, pela Nestlé, com a marca Nespresso. Outras empresas vieram depois, como a D.E. Master Blenders, as brasileiras Café Utam e Lucca Cafés e a portuguesa Delta Cafés.

No segmento de monodoses, a D.E. Master Blenders trabalha com duas marcas: L’OR (compatível com o Nespresso) e Senseo. Os sachês Senseo são fabricados no Brasil desde 2011, em Jundiaí (SP), mas as cápsulas são importadas.

A portuguesa Kaffa, que chegou ao país em março de 2013 fornecendo cápsulas para a Café Utam, investiu R$ 3 milhões para abrir uma fábrica em Ribeirão Preto (SP) este ano. A capacidade prevista é de 60 milhões de cápsulas por ano, para atender indústrias no país.

No fim do ano passado, a Wine.com.br anunciou aportes de R$ 50 milhões para construir uma fábrica de cápsulas de café e um centro de inovação no Espírito Santo. E a Baggio Café, que produz café gourmet torrado e moído, lançou este ano cápsulas de café expresso compatíveis com o sistema da Nespresso.

(Fonte: Jornal Valor Econômico)

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