Dores do Indaiá será o novo polo de produção de macaúba para bioquerosene de aviação

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Lançamento de cadeia extrativista vai ofertar insumos e estímulos para incentivar a agricultura familiar e empresarial no segmento

A região de Dores do Indaiá, na região centro-oeste do Estado, se prepara para se transformar no novo polo de produção de macaúba, voltada para a fabricação de bioquerosene para aviação (BioQAv). Esta semana, a Plataforma Mineira de Bioquerosene lançou a Cadeia Extrativista da Macaúba, uma das principais matérias primas para a produção do biocombustível.

A região de Dores do Indaiá irá formar um novo polo produtivo – Foto: Paloma Martins/SEDE

A Plataforma Mineira de Bioquerosene coordena a implantação da cadeia produtiva do combustível para aviação no Estado. O grupo é composto pela Secretaria de Estado de Desenvolvimento Econômico (SEDE), importantes empresas de aviação civil, como a Boeing, a Embraer, a Gol Linhas Aéreas e a GE do Brasil, e a International Air Transport Association (IATA), além de agências de pesquisa e fomento, como o Banco Interamericano de Desenvolvimento (BID), o Instituto Interamericano de Cooperação Agrícola (IICA) e a Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG).

A implantação da cadeia de valor do BioQAv em Minas Gerais é uma oportunidade para gerar desenvolvimento em diversas regiões do Estado, ao integrar a integrando agricultura familiar e empresarial em um mercado crescente e com padrões de qualidade e sustentabilidade global.

Este foi mais um passo para consolidar o primeiro elo da cadeia produtiva de bioquerosene, por meio do estímulo à oferta de insumos para a produção de biomassa em Minas. A partir do novo Arranjo Produtivo Local (APL) da Cadeia Extrativista da Macaúba, agricultores e extrativistas da região terão um amplo planejamento para o manejo das áreas nativas, plantio e recuperação das áreas ambientais.

Produção em grande escala

A região de Dores do Indaiá conta com uma área nativa com cerca de 200 mil hectares de palmeira de macaúba. A extensão seria capaz de gerar cerca de 2 milhões e meio de toneladas de óleo utilizados para a fabricação do biocombustível.

Para o subsecretário de Investimentos Estratégicos da Secretaria de Desenvolvimento Econômico (SEDE), Luiz Antônio Athayde, o desenvolvimento da cadeia produtiva do Bioquerosene para aviação é promissora. “Temos que avançar rápido para dominar a tecnologia e ganhar escala na produção de energia renovável. A rota da macaúba, visando à produção do querosene verde é muito promissora. O Estado tem que fazer parte desta nova cadeia de valor que vai se formando no mundo, que implica em ‘plantar’ combustível renovável”, destaca.

A Plataforma Mineira de Bioquerosene pretende, ainda, ampliar a utilização da tecnologia da informação na cadeia extrativista. Para isso estão previstos voos de drones para identificar, mapear e georreferenciar os maciços de macaúba. O principal objetivo foi preparar um plano de ação para a colheita de 2015/2016.

“Esse é um passo concreto para o desenvolvimento da cadeia de produção da biomassa utilizando a macaúba como matéria prima. Esse projeto poderá se transformar em um novo vetor de desenvolvimento para a região”, afirma o presidente da Curcas Diesel Brazil, Mike Lu, uma das empresas que compõem o Consórcio MacaubaBR.

Os frutos colhidos na região serão adquiridos pelo Consórcio MacaúbaBR, formado por quatro empresas (Acrotech, Soleá, Dibio e Curcas) e processados para a obtenção de óleo bruto. A meta inicial é a compra de 1 mil toneladas de frutos nessa safra, volume que pode ser ampliado nos próximos anos.

A consolidação do APL da macaúba é decorrente do protocolo de intenções firmado, em junho deste ano, entre o Governo de Minas e o Consórcio Macaúba BR, e acontece em parceria com os Ministérios do Desenvolvimento Agrário (MDA), da Agricultura, Pecuária e Desenvolvimento (MAPA), a Universidade Federal de Viçosa (UFV), EPAMIG, Embrapa Agroenergia, Embrapa Cerrados, SEBRAE e Sindicatos rurais, voltado para o desenvolvimento de uma nova metodologia de colheita.

Sustentabilidade e desenvolvimento regional

O avanço das mudanças climáticas e a preocupação com o meio ambiente foram os principais motivos para que o Governo de Minas procurasse desenvolver a cadeia produtiva de Bioquerosene de Aviação no Estado, desde a produção da matéria-prima, passando pela pesquisa, refino, certificação e a utilização do combustível pelas empresas aéreas que operam no Aeroporto Internacional Tancredo Neves (AITN/BH AIRPORT).

O principal objetivo do projeto é promover o desenvolvimento regional, a partir da produção de biocombustíveis ambientalmente sustentáveis. O setor da aviação civil já possui metas ambiciosas para atingir um crescimento neutro em carbono até 2020 e reduzir em 50% as emissões de dióxido de carbono (dos níveis de 2005) até 2050, baseado em melhorias tecnológicas e principalmente no uso do BioQAv.

Além disso, o potencial é de que Minas Gerais ocupe uma posição de destaque nesse segmento por ser grande produtor da agroindústria, possuindo amplo espectro de características geográficas e climáticas para desenvolvimento de biomassa a partir de matérias-primas como cana-de-açúcar, floresta de produção, pinhão manso, macaúba, camelina e sebo bovino, entre outras.

(Agência Minas)

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