Que tal uma farofa de tanajura na sua próxima refeição?

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Inseto que saiu dos formigueiros da região nos dois últimos dias possui cerca de 30% de gordura e 15% de proteína.


Raridade em várias regiões, o içá, conhecido popularmente como tanajura, está em alta nesta época do ano. Pelo menos para quem tem o hábito de apanhar esses insetos quando eles saem do formigueiro para se reproduzirem. Nessa quarta (29) e quinta-feira (30), os adeptos a essa prática foram à forra, já que as tanajuras saíram da “toca” nesses dois dias.

Iguaria à base da tanajura (fêmea) é pode ser encontrada em alguns restaurantes – Foto: Jornal Vale do Aço

Os içás saem da terra para reprodução geralmente no meio da primavera, quando começa a época de chuvas. Os insetos geralmente aproveitam um período de sol entre as chuvas para voarem para fora dos formigueiros. As tanajuras fêmeas, que são as maiores, cortam suas asas e furam o próprio buraco para depositarem seus ovos.

Nesse período, há quem fique de prontidão para apanhar os insetos, seja por hobby, terapia ou para consumo. Há restaurantes que servem farofa de tanajura, iguaria feita com a parte inferior do abdome do inseto (a fêmea da formiga saúva), que possui cerca de 30% de gordura e 15% de proteína.

Mesmo pessoas que não consomem o prato apanham as tanajuras para vender, ou simplesmente para passar tempo. É o caso do metalúrgico João Paulo da Silva, de 24 anos, que aproveitou seu tempo livre na tarde dessa quinta-feira para apanhar uma garrafa pet cheia de tanajura fêmea. Ele foi até um dos formigueiros dos içás na região, que fica no bairro Jardim Vitória, em Santana do Paraíso, na divisa com Ipatinga.

“Para mim é uma terapia catar as tanajuras. É uma tradição de família. Não tenho coragem de comer um prato feito à base da tanajura-fêmea, mas costumo vender para quem gosta de consumir. Vendo um litro cheio por cinco reais, em média. É um preço simbólico, já que esse inseto é visto pouquíssimas vezes no ano, podendo ser considerado uma raridade. Para quem gosta de saborear uma farofa feita com tanajura, por exemplo, o inseto tem muito valor”, comenta João Paulo, que guarda sob sigilo o local exato do formigueiro das tanajuras no Jardim Vitória. “É um segredo de família”, brinca o metalúrgico.

João Paulo descobriu o cobiçado formigueiro das tanajuras – Foto: Jornal Vale do Aço

(Jornal Vale do Aço)

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