Campanha alerta para os perigos em compartilhar informações sobre blitz na Internet

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Empresa que criou a ação quer chamar a atenção que as informações postadas podem auxiliar criminosos que estão fugindo da polícia

Todas as noites em bares e restaurantes de Belo Horizonte é comum ver motoristas de olho nos celulares depois de pagar a conta. Eles fazem pesquisas em perfis da Internet que informam os locais e horários de blitzes da Lei Seca. A divulgação das operações pode ser útil para as pessoas que desejam fugir das punições previstas por lei, mas também incentiva o uso de bebidas alcoólicas por parte de motoristas que desrespeitam a lei de trânsito. Outro ponto questionável é a ajuda para criminosos que estão fugindo da polícia. Para alertar sobre o perigo da disseminação desses alertas, uma agência de publicidade mineira criou uma campanha para conscientizar os usuários. Todas as vezes que forem postados os pontos onde há a fiscalização, perfis falsos de ladrões, sequestradores e homens com mandado de prisão em aberto vão responder os internautas agradecendo pela ‘dica’.

A ação acontece desde quinta-feira em Belo Horizonte, Rio de Janeiro, São Paulo, Brasília, Goiânia, Porto Alegre e Salvador, além da Califórnia, nos Estados Unidos. A intenção é mostrar os perigos por trás de uma simples informação sobre as blitzes. “A gente sabe que alguns perfis nasceram com o intuito de informar a situação do trânsito e acabou virando um desserviço ao compartilhar dados de blitz. Os internautas pensam em ajudar e avisam onde tem as operações, mas a internet é muito vasta. Os usuários não sabem a força da informação”, explica Igor Oliveira, redator da campanha criada pela RC Comunicações.

Segundo ele, os internautas esquecem que criminosos podem usar a informação para fugirem da ação da polícia. Por isso, a ação foi criada. “Nós criamos vários perfis falos de sequestradores, traficantes, ladrões e de foragidos e estamos respondendo esses usuários que colocam a informação. Nossa resposta é sarcástica e de agradecimento”, comenta Oliveira.

Campanha

Os perfis que canalizam as informações sobre as operações, como a BlitzBH no Twitter, por exemplo, replica os dados passados pelo internauta. Assim que o tweet é compartilhado, os falsos criminosos irão mandar mensagens para a pessoa que começou a corrente. O usuário vai receber um agradecimento como: ‘Obrigado, cara. Informação preciosa. Um abraço’. “Nossa intenção é causar uma situação ruim nas pessoas e alertar sobre o perigo”, diz o redator.

Desde o início da campanha, a intenção inicial parece ter dado certo. Algumas pessoas responderam aos falsos criminosos que isso seria uma censura, mas os perfis criados pelos publicitários responderam de forma irônica. “A informação é muito preciosa para mim e outros criminosos. Continue compartilhando”, foi um dos argumentos usados.

Veja o vídeo que explica como é feita a campanha

(Estado de Minas)

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