Cidades do Vale do Jequitinhonha e Norte de Minas esperam ajuda governamental para enfrentarem a seca

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Regiões pobres de Minas esperam ajuda governamental para amenizar os estragos da estiagem prolongada. Em muitas cidades, não chove desde janeiro e já falta água para beber. Até o último domingo (24), 143 municípios mineiros haviam decretado situação de emergência.

“Só agora a Defesa Civil vai entregar água em caminhões-pipa. Araçuaí tem 130 pessoas sem água para consumo”, diz o presidente da Associação dos Municípios do Médio Jequitinhonha e prefeito da Araçuaí, Armando Jardim.

Em Chapada do Norte, Jenipapo de Minas, Itinga, Coronel Murta, Francisco Badaró, Berilo, Comercinho e Pedra Azul a situação é ainda pior, segundo ele. “Apesar do decreto de seca e dos pedidos feitos em abril e maio, os recursos estaduais e federais não chegaram. A situação é crítica. Faltam barragens para segurar a água. As caixas de captação são insuficientes e a maioria está vazia”, contou Jardim.

Ainda segundo Jardim, praticamente todos os municípios da região já decretaram situação de calamidade pública. “São quase 200 mil habitantes em dificuldades à espera de ajuda”, disse.

No Norte de Minas, a situação se repete em São João da Ponte, Taiobeiras e outras cidades. Norte e Jequitinhonha perderam 70% da produção agrícola de subsistência. A Secretaria de Agricultura estima queda de 12,7% na produção de café – a cultura de maior expressão na balança comercial – neste ano.

Norte de Minas

A seca é semelhante às piores do passado (1953, 1963 e 1971) no Norte do Estado, onde ocorre um problema histórico de escassez, “mas há falta de água em regiões com clima mais úmido”, destacou o professor do Departamento de Engenharia Hidráulica e Recursos Hídricos da UFMG, Luiz Rafael Palmier, como o Centro-Oeste, Sul, Zona da Mata, Triângulo e Alto Paranaíba.

A redução acelerada da vazão dos mananciais, segundo a Copasa, é verificada em São Gonçalo do Sapucaí, Rio Paranaíba, Arcos, Santo Antônio do Monte, Monte Belo, Campos Gerais e Andradas.

Embora descarte o risco de desabastecimento nas 600 cidades que atende, a direção da empresa admite o quadro preocupante na bacia do rio Pará, na região Central. Em Pará de Minas, a população enfrenta o rodízio imposto pela estiagem, que reduziu a um terço a produção da estação de tratamento.

Presidente da Associação dos Municípios do Alto São Francisco e prefeito de Quartel Geral, Gaspar Carlos Filho, disse que há dificuldades de abastecimento em 22 cidades da região.

Situação também é grave em Alfenas e outras cidades da região Sul, de acordo com a Associação dos Municípios do Lago de Furnas, formado pelo Rio Grande.

(Hoje em Dia)

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