Corpo de Bombeiros voluntários de Caratinga pode paralisar atividades

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O Corpo de Bombeiros Voluntários de Caratinga, tem até dia 9 de março para desocupar o imóvel onde a instituição funciona e também devolver as três viaturas que pertencem ao município. Isso porque segundo a administração municipal, o órgão não prestou contas para a prefeitura refentes ao ano de 2012 e também teria uma dívida com a Previdência Social de aproximadamente R$ 380 mil.

O comandante Raimundo Dias disse que desde o inicio de 2013, a instituição mantém os trabalhos, com doações, visto que as fontes de renda dos bombeiros eram o dinheiro recolhido pela faixa azul, que foi fechado pela prefeitura este ano. O convênio com administração municipal somente foi firmado em 2012.

“A situação ficou caótica para os poucos bombeiros que restaram na intuição. Antes tínhamos o dinheiro que era recolhido pelos funcionários da faixa azul, oriundo de estacionamento, além de um convênio com a prefeitura, que fazia um repasse para nós. Esse dinheiro custeava as despesas de gasolina, pagamento do imóvel e dos funcionários e outros gastos. Agora não temos mais nada. Estamos vivendo de doações feitas pela população”, conta.

Impasse

Com as dificuldades para manter o órgão em funcionamento, o comandante relatou que será convocado na noite desta terça-feira (26), o Conselho da Instituição, formado por 50 membros, que irão se reunir e votar pela permanência dos trabalhos ou fechamento do órgão.

Ainda segundo o comandante, apenas dois funcionários estão atuando na instituição, sendo que um deles está afastado. O restante do grupo é formado por voluntários que trabalham, mas não recebem nada pelos serviços prestados.

Esse efetivo de aproximadamente 30 pessoas atendem cerca de 300 ocorrências mensais, equivalentes a 15 cidades do Leste de Minas. Durval Fernandes é um dos bombeiros que trabalham voluntariamente, de acordo com ele se houvesse um pouco mais de boa vontade e mais recursos as condições poderiam ser melhores.

“Sempre tive o sonho de ser bombeiro e quando entrei para o quadro de voluntários de Caratinga, me senti honrado. Não ganho nada para estar aqui, faço isso por amor e reconhecimento. É muito bacana poder encontrar com alguém que eu ajudei a salvar e receber o carinho. Acredito que se tivéssemos um pouco mais de recursos, nosso trabalho seria ainda melhor”, diz.

Caso o órgão decida pelo fechamento da instituição a cidade será prejudicada. O município mais próximo de Caratinga, que possui sede dos bombeiros é Manhuaçu, e está há quase 80 km.

O empresário Elzo Martins é um dos caratinguenses que lamenta o possível fechamento do órgão. Há dois anos o comerciante sofreu um acidente de moto que o deixou com uma fratura exposta na perna e foi socorrido pelos bombeiros voluntários. Segundo ele a possibilidade do fechamento da instituição é vista como uma perda para a cidade.

“Eles salvaram minha vida.Quando acidentei os bombeiros foram chamafos e rapidamente chegaram. Acidente com motocicleta é tão perigoso e o atendimento quando é feito rápido e preciso pode salvar uma vida – relata.

Justificativa da Prefeitura

A administração Municipal de Caratinga relata que Corpo de Bombeiros está em situação irregular, por isso deixou de firmar o convênio de 2014. Em nota, a prefeitura relatou que a instituição segue com dívidas junto a previdência social e ainda não prestou contas ao município.

Depois da notificação feita em fevereiro deste ano,a administração informou que os bombeiros tem 30 dias para cumprir a determinação e entregar as ambulâncias até dia 9 de março.

A prefeitura disse ainda que vai garantir os serviços de emergência, caso a instituição seja fechada, e que já manifestou junto ao Governo do Estado a intenção de levar os bombeiros militares efetivamente para a cidade.

O comandante Dias rebate as declarações da prefeitura. Segundo o bombeiro, realmente existe um débito referente ao INSS, desde a fundação da instituição em Caratinga, mas nega que órgão não tenha feito as prestações de contas.

“Esta dívida com a previdência realmente existe e infelizmente não é de hoje, mas isso não impede a prefeitura de fixar um convênio. Quem deve cobrar e fiscalizar dívidas de INSS é a união, não a prefeitura”, finaliza.


(Foto: Reprodução Internet)

(Fonte: Inter TV dos Vales/G1)

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