Monitor de Secas detalha redução da estiagem em Minas Gerais após chuvas de janeiro

0

As chuvas frequentes e intensas registradas no mês de janeiro, em Minas Gerais, fizeram recuar os índices da estiagem que vinha assolando o Estado, segundo avaliação do Monitor de Secas. A ferramenta do Governo Federal, coordenada pela Agência Nacional de Águas (ANA) com governos estaduais, mostrou que os índices de precipitação acima da média em algumas regiões contribuíram para diminuir a quantidade de áreas afetadas pela seca, conforme exemplificado nos mapas acima. As imagens trazem comparações feitas entre os meses de dezembro do ano passado e janeiro de 2020.

Em Belo Horizonte, por exemplo, as chuvas superaram a média histórica para o mês em mais de 600 milímetros, chegando a 932 milímetros em 31 dias. A Grande BH e a Zona da Mata, ambas na porção Central de Minas, foram as mais fortemente atingidas pelas precipitações, o que resultou em regressão do estágio de seca moderada para as fases de seca fraca ou até sem seca. A mesma situação foi observada no Vale do Rio Doce.

De acordo com o monitor, a redução também foi registrada em uma porção que se estendia desde o Triângulo Mineiro até o Norte de Minas, passando pela Região Noroeste do estado. Em dezembro, essa parte de Minas teve territórios enquadrados como seca grave. “Nós tivemos uma situação de precipitação abaixo da média nos primeiros três meses do período chuvoso (outubro, novembro e dezembro) que contribuiu para esse resultado”, diz a meteorologista do Instituto Mineiro de Gestão das Águas (Igam), Paula Pereira de Souza. Já em janeiro deste ano a chuva fez a maior parte destas áreas regredirem na classificação, com redução para seca moderada.

Seca recuou em Minas Gerais após mês de janeiro com chuvas acima da média em algumas regiões do estado – Foto: Divulgação/Igam

COMO FUNCIONA

O Monitor de Secas leva em consideração indicadores meteorológicos, hidrológicos e agrícolas para definir quais são os pontos que podem sofrer efeitos de curto e longo prazo em decorrência de períodos sem chuva ou com chuva abaixo da média. Com esses indicadores, os técnicos definem a situação da seca em cinco escalas, que vai de fraca a excepcional, além dos pontos com ausência de seca. Os efeitos de curto prazo se refletem diretamente na agricultura e nas pastagens, enquanto os efeitos de longo prazo se manifestam na disponibilidade hídrica dos rios e afetam a ecologia em geral.

Em Minas Gerais, o Igam, que já era responsável pela validação dos mapas referentes à seca no estado, começou a partir de janeiro a participar oficialmente do processo de autoria do Monitor. Antes, o órgão apenas validava as informações recebidas dos estados do Nordeste, que são os primeiros integrantes do Monitor de Secas.

A ferramenta surgiu para monitorar a situação do semiárido nordestino, mas hoje já conta com 11 estados, incluindo Minas Gerais e Espírito Santo, e se prepara para a inclusão de Tocantins e Rio de Janeiro. Em março, o Igam será o autor responsável por todos os mapas da área de expansão, segundo a diretora de Operações e Eventos Críticos do Igam, Ana Carolina Miranda Lopes de Almeida.

“O objetivo do Monitor de Secas é ajudar na execução de políticas públicas de mitigação dos efeitos da seca. Minas está participando diretamente nesse processo, produzindo as informações que podem subsidiar ações estratégicas para todo o estado”, diz a diretora. Os mapas referentes a Minas Gerais também passarão a ser publicados no site do Sistema de Meteorologia e Recursos Hídricos de Minas Gerais (Simge), com a situação da seca no estado. A atualização será mensal.

Segundo a meteorologista do Igam, Paula Pereira de Souza, o processo até a publicação dos mapas é precedido por três etapas. “Primeiro, os dados meteorológicos, hidrológicos e agrícolas são compilados. Depois, as equipes dos estados fazem uma primeira versão do mapa, que é submetida a reuniões de validação para chegar ao consenso e à versão final. Importante destacar que os mapas trazem uma constatação da seca que já foi confirmada para o período que passou e não representam previsão de estiagem”, completa.

Quer saber as notícias do Aconteceu no Vale em primeira mão? Siga-nos no Facebook @aconteceunovale, Twitter @noticiadosvales e Instagram @aconteceunovale.

DEIXE UMA RESPOSTA

Por favor digite seu comentário!
Por favor, digite seu nome aqui