Homem é preso no Leste de Minas por agredir e manter em cárcere privado mulher que conheceu no Facebook

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Uma mulher, de 36 anos, e o filho dela, de 7, foram resgatados de uma propriedade rural onde eram mantidos em cárcere privado há cerca de um ano, em Conselheiro Pena, na região Leste de Minas (Vale do Rio Doce). Eles eram agredidos e obrigados a trabalhar em plantações de café e milho. O responsável, um homem de 57 anos, foi preso nessa segunda-feira (17/12/2018) pela Polícia Militar e as investigações estão a cargo da Delegacia de Conselheiro Pena.

Segundo a tenente Thaís de Castro Martins Moura, a mulher, de origem humilde, contou que conheceu o homem pelo Facebook e veio de Rondônia, estado do Norte do Brasil, para encontrá-lo. “Ele dizia que daria uma boa vida aqui para ela e para o filho, porque na cidade dela eles também não tinham muitas condições. E ela veio iludida com isso e acabou sendo impedida de sair da propriedade durante todo esse período”, conta.

O homem morava sozinho em um povoado conhecido como Chapada do Bueno, em Conselheiro Pena, e vivia das suas plantações. Quando a vítima chegou na região, ele passou a impedi-la de ter contato com seus familiares e qualquer outra pessoa. “Ela não podia nem sair para comprar comida, era ele que trazia tudo, e só as coisas básicas. A criança disse que nunca tinha tomado uma Coca-Cola”, relata a militar.

No local, a mulher era obrigada a trabalhar e nunca teve nenhum retorno financeiro. “Ela trabalhava pesado pra ele, plantava e colhia café, descascava e carregava os sacos de milho, e não tinha um real”, comenta.

Além disso, a vítima era constantemente agredida pelo homem, que chegou a cortar o cabelo dela com um facão. O filho dela também era agredido com uma correia de couro e forçado a trabalhar. O homem, com frequência, ameaçava de morte a mulher e ela nunca podia falar nada com ninguém.

Após receber várias denúncias anônimas, a Polícia Militar realizou uma operação e prendeu o homem em flagrante por porte de arma de fogo, já que ele tinha uma espingarda calibre 32 em cima do guarda-roupa e vários cartuchos de munição. Na cabeceira da cama, foram encontrados o facão e a correia de couro, principais instrumentos utilizados nas agressões e ameaças.

Local onde a vítima era obrigada a trabalhar (foto: Divulgação/PMMG)

Medo de contar sobre as agressões

Quando os policiais chegaram ao local, o próprio suspeito abriu a porta e permitiu a entrada. A princípio, a mulher estava apreensiva e ficou com medo de contar sobre as agressões, mas após muita conversa com os militares, ela assumiu que era constantemente vítima de violência doméstica. A dona de casa era constantemente ameaçada de morte e por isso tinha tanto medo.

A mulher disse que não tinha como falar sobre as agressões ou pedir ajuda, já que era mantida em cárcere privado. “Até mesmo com nós militares, ela teve muito medo de falar. A criança também estava insegura, mas com o tempo foram contando. Nós recebemos várias denúncias de moradores sobre essas agressões”, disse a policial.

A vítima e o filho não podiam ter contato com mais ninguém além do marido. O homem também a proibia de usar o telefone. A criança confirmou o que a mãe contou e disse que também era agredida.

O suspeito foi preso em flagrante pelos crimes de cárcere privado, agressão, posse ilegal de armas de fogo e munição. Ele foi encaminhado para a Delegacia de Conselheiro Pena, que vai investigar o caso.

As vítimas foram retiradas do local e estão em um abrigo da Assistência Social do Município, que está providenciando o retorno da mulher e seu filho para Rondônia.

Material apreendido com o suspeito (foto: Divulgação/PMMG)

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(Fonte: Hoje em Dia e O Tempo)

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