Incêndio em refinaria deixa milhares de moradores de favela em pânico

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O incêndio que atingiu diversos caminhões-tanques na Refinaria de Manguinhos, no Rio de Janeiro, no início da tarde desta segunda-feira (17), deixou em pânico os milhares de moradores da Favela do Arará, que faz divisa com a empresa. As primeiras explosões e o fogo alto que se seguiu fizeram com que as famílias deixasse às pressas suas casas e se refugiando do lado de fora da comunidade.

“Foi muito fogo, muita explosão, muita correria. Criança gritando, adulto chorando, velho chorando, gente caindo, muito tumulto. Estremeceu as casas, por isso nós nos retiramos. Eu estava arrumando a casa e a vizinha veio dizer que a refinaria estava pegando fogo. Se o vento virasse, pegava em tudo”, relatou a dona de casa Carla Cristina, que mora com seis pessoas e saiu correndo, com os filhos e netos, até uma praça distante do incêndio, onde acamparam, esperando o fogo ser controlado.

As ruas da favela ficaram desertas durante o ápice do incêndio. As pessoas fecharam as casas e se concentraram nas entradas da comunidade, com medo do fogo se alastrar. Porém, muitos curiosos subiram na linha do trem que divide o Arará da refinaria para ver mais de perto o trabalho dos bombeiros.

“Tava muito alto o fogo. A favela ficou vazia. Todo mundo correu lá pra fora. Todos ficaram lá na pista”, disse o ajudante de pedreiro Charles.

“Ficaram todos em pânico. A explosão foi muito forte. As pessoas estavam fazendo a comida e abandonaram as casas. Ninguém veio nos orientar de nada”, disse o carregador de verduras Antônio, que está com a mãe doente e não pôde sair de casa.

“Teve a explosão, queimou o primeiro caminhão e aí explodiu um do lado do outro. A reação foi sair correndo todo mundo. Quem tinha parente idoso, carregou no colo. As crianças correndo desesperadas. Deixamos até as casas abertas, nem pensamos duas vezes”, contou Luiz Carlos, que trabalha na dragagem do rio que corta a comunidade.

O incêndio mobilizou bombeiros de dez quartéis. Uma pessoa foi atendida pelos militares por inalação de fumaça. As chamas foram controladas em cerca de duas horas. As causas ainda não foram divulgadas.

Incêndio na Refinaria de Manguinhos (Foto: Tomaz Silva/Agência Brasil)

Nota da Refit

Em nota divulgada esta tarde, a Refinaria de Manguinhos (Refit) informou que o incêndio que atingiu sua área de descarga e recebimento de matéria-prima não causou vítimas. De acordo com a empresa, a rápida ação da brigada de combate a incêndio conseguiu limitar o fogo à área onde se encontravam os caminhões que descarregavam material no momento.

“A prioridade da Refit foi impedir que o fogo se alastrasse para áreas de maior risco, como as áreas de armazenagem e de produção, como determinam as normas de seu plano de combate a incêndio. O fogo, ainda que tenha se iniciado em um único caminhão, em questão de minutos atingiu as demais carretas, que se encontravam próximas ao local. Assim não havia outro procedimento a ser adotado a não ser permitir que todo o produto que existia nos caminhões se exaurisse através das chamas”.

De acordo com a Refit, a prioridade da brigada de incêndio foi evacuar as instalações e impedir o alastramento do fogo. O incêndio foi controlado e a refinaria abrirá sindicância interna para apurar todas as causas que levaram ao incidente. “A Refit pede desculpas pelo transtorno causado e segue firme em seu compromisso com a comunidade fluminense”, concluiu a nota.

Material inflamável alimentou chamas fortes e altas (Foto: Tomaz Silva/Agência Brasil)

ANP abrirá processo

A Agência Nacional de Petróleo, Gás Natural e Biocombustíveis (ANP) vai abrir processo administrativo para apurar as causas do incêndio na Refinaria de Manguinhos (Refit), que, segundo o Corpo de Bombeiros começou hoje (17), às 13h40. Uma equipe do órgão regulador foi enviada ao local.

De acordo com a ANP, o incêndio não provocará impactos no abastecimento de combustíveis.

O Sindicato do Comércio Varejista de Combustíveis e Lubrificantes e de Lojas de Conveniência do Município do Rio de Janeiro (Sindcomb) também disse que não tem informações sobre a possibilidade de desabastecimento de gasolina e de diesel no município do Rio porque não tem acesso ao número de distribuidoras que adquirem produtos da Refit.

Segundo o Sindcomb, grande parte dos postos revendedores de combustíveis associados mantêm contrato comercial com distribuidoras de médio e grande portes, entre as quais a BR, a Shell e a Ipiranga. Como as bases de distribuição dessas empresas ficam perto da Refinaria Duque de Caxias (Reduc), em Campos Elíseos, elas não sofreram impacto do incêndio.

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(Fonte: Agência Brasil)

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