Minas Gerais aposta na restauração do meio ambiente em grande escala

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Próximo da comemoração do Dia Mundial do Meio Ambiente, em 5 de junho, Minas Gerais continua dando passos importantes para a conservação e recuperação ambiental. O Instituto Estadual de Florestas (IEF) está desenvolvendo ações estratégicas para a restauração ecológica no Estado.

“Temos focado na obtenção de produtos que subsidiem a tomada de decisões em larga escala, por meio da priorização de recursos financeiros, materiais e humanos”, afirma a diretora de Conservação e Recuperação de Ecossistemas do IEF, Fernanda Teixeira Silva.

Segundo ela, o órgão tem trabalhado para ampliação do ganho nas ações, como em iniciativas já realizadas em viveiros e áreas de reflorestamento. O Instituto desenvolve programas de fomento florestal desde sua criação, fornecendo apoio aos produtores rurais para a recuperação de suas áreas e a realização do reflorestamento. “O IEF ampliou sua visão a partir de experiências nacionais e internacionais voltadas para o planejamento estratégico do território”, destaca Fernanda Teixeira.

Outra iniciativa de estímulo à recuperação florestal realizada pelo Governo de Minas Gerais é a reforma, estruturação e modernização dos viveiros de produção de mudas. Por meio do Projeto Plantando o Futuro, coordenado pela Codemge, foi formalizado um termo de cooperação mútua com o IEF, e já foram feitos investimentos no viveiro de Leopoldina.

Nessa unidade, localizada na Zona da Mata, foram instalados canteiros suspensos e entregues insumos para a produção de mudas. Há ainda a previsão para a reforma do sistema de irrigação do local, com investimento de cerca de R$ 1 milhão.

Pelo Projeto de Proteção da Mata Atlântica (Promata II), financiado pelo banco alemão KfW, estão sendo modernizados os viveiros de Governador Valadares, Ubá e Lavras. Para seu aprimoramento foram adquiridos materiais e insumos e iniciados os serviços de instalação de canteiros suspensos para produção de mudas, conferindo melhores condições de trabalho para os viveiristas nesses locais, totalizando um investimento de cerca de R$ 900 mil.

Viveiro de mudas do Promata II (Foto: Divulgação/Semad)

Bolsa Verde

Em 2017, os pagamentos do Programa Bolsa Verde foram retomados pelo governador Fernando Pimentel. O programa abrange atualmente um total de 2.696 beneficiários, responsáveis pela conservação de quase 90 mil hectares nos Biomas Caatinga, Cerrado e Mata Atlântica em Minas Gerais.

“No ano passado a soma dos pagamentos realizados alcançou R$ 18.318.216,26, o que demonstra o reconhecimento do Governo sobre o papel exercido pelos proprietários e posseiros rurais na conservação da cobertura vegetal nativa em suas áreas”, afirma o diretor-geral do IEF, Henri Dubois Collet.

O gerente de Planejamento da Conservação de Ecossistemas do IEF, Leonardo Diniz, destaca que o valor pago no ano de 2017 corresponde a mais do que a soma de todos os valores pagos nos outros anos do Programa, que teve início em 2010, com a abertura do primeiro período de inscrições.

Restauração

Para fortalecer a cadeia de restauração no estado, o Promata II planejou e começou a desenvolver em 2018, o Programa de Regularização Ambiental (PRA), ferramenta que sucederá o Cadastro Ambiental Rural (CAR).

Segundo o gerente de Fomento e Recuperação Ambiental do IEF, Thiago Gelape, uma consultoria foi contratada e será responsável pela realização de reuniões e oficinas, com a participação de representantes de diversas instituições que possuam interface com o PRA. “O objetivo é obter subsídios para a construção de proposta de marco legal e também de um manual para o Programa”, afirma.

Para efetivação do PRA, diversos mecanismos estão sendo desenvolvidos e um deles é a construção de um Plano Estratégico para a Restauração Ecológica. É uma ferramenta que possibilita o engajamento de grupos de interesse nas tomadas de decisão e gestão participativa das ações que envolvem a restauração.

A elaboração do Plano será feita por meio da Metodologia de Avaliação de Oportunidades de Restauração (ROAM), elaborada pela IUCN (União Internacional para a Conservação da Natureza) e WRI (World Resources Institute), já adotada em diversos países.

Segundo a analista ambiental da Diretoria de Conservação e Recuperação de Ecossistemas do IEF, Juliana Chaves, a metodologia considera diversos aspectos relacionados à restauração, como paisagens, identificação de estratégias e técnicas viáveis para sua implementação. “A metodologia observa também aspectos socioeconômicos, além da tomada de medidas para evitar mais reduções da cobertura florestal nativa”, explica.

Rio Doce

Diversas ações de restauração florestal vêm sendo desenvolvidas na região da Bacia do Rio Doce em Minas Gerais por variados atores, como instituições públicas, organizações não governamentais e privadas. A consolidação das lições aprendidas com as experiências de restauração na região atingida pelo rompimento da Barragem de Fundão, em Mariana, em novembro de 2015, tem servido como uma importante ferramenta para a difusão de conhecimentos.

A replicação das iniciativas em uma escala maior e os benefícios gerados pela experiência têm sido apropriados pelos profissionais envolvidos na cadeia da restauração e, principalmente, pelos proprietários rurais. “As áreas monitoradas e avaliadas já estão sendo selecionadas, e o produto final será um livro sobre as lições aprendidas com a aplicação das ações de restauração na bacia do Rio Doce”, explica o analista ambiental da Diretoria de Conservação e Recuperação de Ecossistemas do IEF, Fábio de Alcântara Fonseca.

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(Fonte: Agência Minas)

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