Greve dos caminhoneiros deixa mais de 50% dos postos sem combustíveis no Norte de Minas

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O protesto nacional dos caminhoneiros provocou o desabastecimento em mais de 50% dos postos de combustíveis do Norte de Minas. De acordo com a Polícia Rodoviária Federal, a manifestação dos caminhoneiros permanece em cinco pontos da BR-251, entre Montes Claros e Salinas; e em um posto de combustíveis na BR-365. A Polícia Militar informou que as rodovias estaduais MG-202, que liga Brasília de Minas a Montes Claros, a MG-122 em Janaúba e a MG-401 em Jaíba também tem protesto dos caminhoneiros.

De acordo com o representante da Minaspetro, Gildeon Gonçalves, a mesma situação é registrada em Montes Claros, mas previsão é que os postos que ainda tenham gasolina e o etanol acabem com o estoque nesta sexta-feira (25).

“O protesto provocou uma efeito cascata. O consumidor que antes abastecia semanalmente, em média, R$ 50, nesta semana encheu o tanque colocando R$ 150 por medo de não encontrar o combustível. Isso fez com que o estoque destes estabelecimentos acabasse rapidamente”, diz.

Gildeon informou ainda que a base de distribuição de combustíveis em Montes Claros ainda tem estoque de combustíveis, mas os caminhoneiros impedem a entrada ou saída de veículo.

“Eles fecharam ontem a entrada da base. Tem caminhões carregados dentro da distribuidora que não podem sair e irem ao posto que fica a cerca de três quilômetros. A situação piora para as cidades menores. Tem estabelecimentos que não recebeu nenhuma carga esta semana e isso fez o estoque acabar há mais tempo. Os prejuízos são estratosféricos”.

Protesto deixou diversos psotos sem combustíveis em Montes Claros (Foto: Reprodução/WebTerra)

Saúde

A falta de combustíveis trouxe reflexos no transporte de pacientes em algumas cidades do Norte de Minas. Em Pirapora, a Secretaria de Saúde cancelou o transporte de pacientes para tratamentos e cirurgias eletivas. Os procedimentos, segundo a secretaria, serão remarcados.

Em Salinas, a frota de carros também já foi afetada. A coordenadora de transporte da saúde municipal, Eliana Cardoso, afirmou que duas viagens de pacientes para Belo Horizonte e São Paulo já foram canceladas. “Elas estavam marcadas para domingo (27), mas o combustível acabou. Hoje foram dois carros com pacientes para Montes Claros e um para Janaúba, um terceiro paciente não pode ir. Estávamos sem saber como iríamos levar um paciente da oncologia que estava passando mal e não tínhamos estoque de gasolina para levar. A sorte foi que um motorista cedeu o carro e doou o combustível”, disse ao G1.

A coordenadora ainda informou que com a falta no estoque, não tem previsão de funcionamento da frota na segunda (28). Situação que afetaria o tratamento dos quase 170 pacientes atendidos pela rede municipal de transporte da saúde.

Alimentação

O escoamento de frutos produzidos no Norte de Minas também foi afetado. Segundo a Associação Central dos Fruticultores do Norte de Minas (Abanorte), semanalmente 500 carretas transportam a produção de banana da região para diversos pontos do país, mas somente nove cargas saíram e permanecem paradas em rodovias do Rio de Janeiro, Brasília (DF) e São Paulo. O diretor presidente da Associação, Saulo Bresinsk, o prejuízo por caminhão gira em tornou de R$ 180 mil, mas a perda com os produtos que não são colhidos.

Em Montes Claros, na Central de Abastecimento do Norte de Minas (Ceanorte) os efeitos do protesto dos caminhoneiros também já são percebidos. Alguns produtos que são comercializados na Central já foram registrados um aumento de até 20%, de acordo com o gerente Flávio Reis.

“Muitos produtos chegam em menor quantidade e muitos nem recebemos. Teve uma queda drástica no volume de produtos como o tomate e a batata. O valor normal do saco da batata, por exemplo, é de R$ 50,00 e ontem na feira foi vendido por até R$ 150,00. Tem carga de cenoura parada na região de Patos e carga de manga em Salinas”.

Fiscalização

Com a possibilidade de escassez de combustíveis, o Procon Estadual e o Ministério Público iniciaram nesta sexta-feira (25) uma fiscalização nos postos de Montes Claros. O objetivo é coibir o aumento sem justa causa.

Segundo o promotor Felipe Caires, a fiscalização só terminará quando não mais existir a possibilidade de escassez de combustíveis.

O Procon e o MP já têm informações de aumento no preço de combustíveis em alguns postos da cidade. Os donos terão que comprovar, através de documentação, que a mudança no preço tem relação com a alta de frete ou das distribuidoras, segundo o promotor, que afirma ainda que a população deve denunciar preços bem acima dos praticados, e que é preciso pedir nota fiscal.

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(Fonte: G1 Grande Minas / Repórter: Valdivan Veloso)

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