Chafik recebe setença de 115 anos de prisão por chacina de Felisburgo

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O fazendeiro Adriano Chafik foi condenado a 115 anos de prisão pelo crime que ficou conhecido da Chacina de Felisburgo. O funcionário dele também acusado pelo crime, Washington Agostinho, pegou 97 anos e seis meses de prisão. Eles foram condenados pelo homicídio de cinco integrantes do Movimento dos Sem Terra (MST), tentativa de homicídio de outros oito membros do acampamento, além de formação de quadrilha e prática de incêndio.

Apesar da condenação, os dois réus saíram do Fórum de Belo Horizonte em liberdade, pois o Superior Tribunal de Justiça concedeu liminarmente um habeas corpus para que eles fiquem em liberdade até o julgamento dos recursos. O advogado dos acusados, Sérgio Habib, já entrou com recurso pedindo a anulação do júri. O julgamento durou mais de 15 horas e terminou na madrugada desta sexta-feira.

Em seu interrogatório, Chafik jogou a culpa nos integrantes do Movimento dos Trabalhadores Sem-Terra (MST) pelo massacre que resultou na morte de cinco trabalhadores rurais e deixou outros 12 feridos, em Felisburgo, no Vale do Jequitinhonha, em 2004. O julgamento dele e de um dos comparsas, Washington Agostinho, começou ontem, no Fórum Lafayette, em Belo Horizonte.
Em seu depoimento, Chafik afirmou que não premeditou a ação. Ele disse que foi à Fazenda Nova Alegria monitorar a propriedade após o sumiço de 15 cabeças de gado no período da ocupação do MST, e que um grupo de cem trabalhadores o cercou. “Um deles me cortou com um facão. Eu estava armado com um revólver, dei um tiro no chão e outro na direção dele, não sei se pegou. Depois, fomos embora, e não vi mais nada”, disse.
Questionado pelo promotor Cristiano Gonzaga Nunes sobre quem teria incendiado as 27 casas do acampamento, o fazendeiro responsabilizou os próprios membros do MST.”Talvez eles mesmos tenham colocado fogo nas casas, pode ter sido para me incriminar. E eles estavam armados com armas de chumbo, não sei se eles próprios se feriram”, disse o fazendeiro.
Já Washington Agostinho desmentiu todos os depoimentos dados à polícia, quando tinha confessado participação no crime.
Nos debates entre acusação e defesa, o promotor Cristiano Nunes pediu a condenação dos dois, citando que Chafik “foi o engenheiro” do plano para matar os trabalhadores rurais.
Fonte: Jornal o Tempo

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