Prefeitura de Ipatinga decreta calamidade pública na rede de saúde

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Em coletiva na tarde desta terça-feira (13), o prefeito de Ipatinga, Sebastião Quintão, anunciou a decretação de estado de calamidade pública na área da saúde, no município. A decisão se deve à superlotação da Unidade de Pronto Atendimento (UPA) e também do Hospital Municipal de Ipatinga, a partir do fechamento do Hospital São Camilo, em Coronel Fabriciano, da situação de emergência na saúde em Timóteo e do fechamento de vários leitos nas unidades hospitalares da microrregião de Caratinga.

A partir da próxima segunda-feira (19), a Secretaria de Saúde de Ipatinga começa a adotar um esquema especial para atendimento aos moradores da cidade.

Segundo o prefeito de Ipatinga, o objetivo imediato do decreto é obter auxílio urgente do Governo do Estado de Minas Gerais, sensibilizando também os municípios vizinhos acerca da Programação Pactuada Integrada (PPI), visando recuperar a estabilidade financeira da saúde no município.

“Nós queremos chamar o Governo do Estado e os prefeitos vizinhos para negociarmos os valores devidos ao município na área da Saúde, que são muito significativos e estão inviabilizando uma melhor prestação de serviços à população, principalmente após esse caos regional. Desde 2016 o município registra um extrapolamento no orçamento na área, da ordem de R$ 19 milhões. É um crime de responsabilidade ver o município perecendo pela falta de recursos e não decretarmos estado de calamidade financeira na área da saúde”, enfatizou o chefe do Executivo.

Somente no mês de maio mais de 15.500 pacientes foram atendidos na UPA de Ipatinga, que tem capacidade mensal para atendimento a 10.500 (Foto: Divulgação / Prefeitura de Ipatinga)

OÁSIS NO DESERTO

Em sua fala, o secretário de Saúde Ededwin Windsor explicou que “o custo mensal da UPA é de R$ 1 milhão, com capacidade de atendimento de 10.500 pacientes/mês. Entretanto, com o atual cenário da saúde nos municípios vizinhos, Ipatinga tem sido o único a manter a porta de atendimento pelo Sistema Único de Saúde aberta à população das cidades que compõem também a microrregião de Caratinga e de Coronel Fabriciano. O custo da UPA aos cofres públicos municipais atualmente chega a R$ 1,850 milhão, e somente no mês de maio 15.550 pacientes foram atendidos”, informa.

“Toda essa situação crítica vivenciada nos últimos dias na região vem sobrecarregando o trabalho dos profissionais, causando a falta de materiais, de medicamentos, além da deterioração dos equipamentos, tornando fundamental a assinatura do decreto”, reforça o secretário.

Ainda segundo Ededwin, “a falta dos repasses financeiros por parte do Governo do Estado de Minas Gerais para a UPA, destinados ao Serviço de Atendimento Móvel de Urgência (SAMU) e para o Hospital Municipal de Ipatinga, totaliza somente neste ano uma dívida de mais de R$ 3 milhões”.

ATENDIMENTO EXTRA

Os pacientes que chegam à UPA são atendidos normalmente, segundo o Protocolo de Manchester, a partir de triagem baseada nos sintomas, com a classificação de risco. Contudo, a partir de agora permanecerão na UPA somente casos de urgência e emergência, ou seja, pacientes que sofreram acidente de trânsito ou no trabalho; com crises cardíacas ou respiratórias; desmaios, sufocamento e crises asmáticas; com fraturas, traumas e cortes profundos ou com queimaduras de 2º e 3º graus.

Na situação em que o paciente for classificado como caso de menor gravidade será oferecido atendimento médico em três Unidades Básicas de Saúde (UBS) na cidade, até às 22h. Os locais serão definidos a partir de segunda-feira.

RECADASTRAMENTO DE USUÁRIOS

Ainda na coletiva, o prefeito de Ipatinga informou sobre um novo recadastramento dos usuários do Sistema Público de Saúde, para identificar os moradores de Ipatinga.

“Existem casas em Ipatinga com três cômodos, em cujos endereços constam 30 pessoas morando. Nós somos um município que recebe recursos para atendimento a pouco mais de 259 mil habitantes. Entretanto, no sistema de saúde de Ipatinga existem mais de 450 mil usuários cadastrados com endereços da cidade. Nós já estamos estudando uma forma de realizar um recadastramento dos usuários, moradores de Ipatinga, visando melhorar a qualidade da prestação de serviço na área”, finalizou.

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(Fonte: Prefeitura de Ipatinga)

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