Ser professor no Brasil – Coluna Dr. João Domingos

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Diferentemente da Finlândia e de outros países pelo mundo afora, em que professor é valorizado de forma absoluta, no Brasil é vergonhoso o tratamento em que o governo dá aos professores. Na Finlândia ser professor está na preferência dos jovens da mesma maneira que fazer medicina, direito, arquitetura e outros cursos importantes. A profissão lá, possui um alto status tendo por parte dos seus nacionais um alto grau de respeito e consideração. O governo finlandês a partir dos anos 70 imprimiu um ritmo de excelência na preparação dos professores de tal forma que hoje desponta nos primeiros lugares no mundo. E toda preparação dada ao professor é gratuita.

Outro aspecto por lá é o desenvolvimento de uma relação de respeito com o professor, e de boas condições de trabalho nas escolas com divisão justa do tempo em que um professor necessita trabalhar dentro e fora da sala de aula.

Ser professor é doar-se o tempo todo para gerar novos pensadores e críticos em uma sociedade. No Brasil, o governo não se preocupa com a preparação dos professores, obrigando-os a pagarem do próprio bolso suas especializações, o que por si só é vergonhoso. Lá os professores são tratados como professores. Aqui são tratados com bandidos. Lá tornou-se uma das carreiras mais competitivas do país, aqui as pessoas têm vergonha de dizer que são professores, não pela profissão, que é a mais digna de todas, porém, pelo enorme desrespeito em que são tratados.

Lá na Finlândia, o magistério é mais popular que a medicina. Isto mesmo. Parece inacreditável para os padrões brasileiros. Outra diferença entre o magistério aqui no Brasil e na Finlândia – aqui um professor ganha em média R$1.800,00, na Finlândia ganha 3.284 euros, ou seja, mais ou menos, R$11.000,00 por mês em média.

Os professores brasileiros estão entre os educadores mais mal remunerados do mundo. E existem países que pagam ainda mais que a Finlândia.

Enquanto isso no Brasil, professores apanham na cara em sala de aula e o governo e seu sistema medíocre fica do lado do aluno agressor. São mal remunerados, vivem desmotivados, não tem nenhum programa eficiente que ampare os professores, não são lembrados em políticas públicas de valorização do magistério e são diuturnamente desvalorizados e ridicularizados pelos governos e pela sociedade.

Vergonhosamente um vereador de cidade do interior ganha em média R$5,000,00 por mês para irem em duas reuniões mensais enquanto um professor rala todos os dias para ganha míseros R$1.800,00.

Um professor que prepara o médico, o advogado, o enfermeiro, o aviador, enfim, prepara todos os demais profissionais, permanece numa escala inferior de remuneração, de forma aviltante, o que tem afugentado os jovens a buscarem o magistério como profissão.

Que pena, Brasil de Temer, de Pimentel, de Walid e outros gestores. Olhai pelos professores, antes que tenhamos uma sociedade sem professores.

Dr. João Domingos é advogado, vereador em Ladainha e pós-graduado em Gestão Ambiental e Docência do Ensino Superior (www.facebook.com/joaodomingos.domingos.5)


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