Matadouro de Araçuaí é interditado pelo Ministério Público

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Falta de higiene, mau cheiro, abatimento incorreto e descarte irregular dos restos dos animais na natureza, além da presença de centenas de cachorros, urubus e fezes de animais próximo ao local do abate, foram algumas das razões que levaram o Ministério Público a interditar o matadouro de Araçuaí, no Vale do Jequitinhonha. O estabelecimento é administrado pela Prefeitura Municipal.

A interdição passa a valer a partir da próxima segunda-feira (20/3/2017). O retorno das atividades, segundo comunicado da prefeitura, só ocorrerá após apresentação ao Ministério Público das licenças ambientais e registro de inspeção sanitária junto aos órgãos competentes.

Matadouro foi interditado pelo Ministério Público (Foto: Gazeta de Araçuaí)

A prefeitura não informou quais medidas serão tomadas para solucionar o problema. Em nota, esclarece apenas que “o município de Araçuaí não economizará esforços no sentido de obter as licenças exigidas, visando o cumprimento das normas ambientais e sanitárias, assegurando o consumo de carne e seus derivados pela população araçuaiense segundo os padrões exigidos”.

As irregularidades ambientais e sanitárias do matadouro de Araçuaí se arrastam há anos. A cidade tem cerca de 40 açougueiros. Eles afirmaram ter conhecimento de que o matadouro está irregular, mas acreditam que a prefeitura é culpada pelo descaso e que o problema já deveria ter sido resolvido.

O abatedouro foi construído em 1986, às margens do Rio Araçuaí, no bairro São Jorge, durante a administração do então prefeito Arthur Berganholi, que era médico. ”O erro já começou por aí. Deveria ser em outro local”, afirmaram os açougueiros.

“O matadouro nunca teve licença de funcionamento concedida por órgão ambiental competente”, diz André Timo, proprietário de uma casa de carnes, no centro da cidade.

Ele lembra que no final do ano passado, os açougueiros se reuniram com a prefeitura para debater o problema e encontrar uma solução. “Ficou acertado que seria feita uma reforma no prédio, incluindo instalação de tanques metálicos, cercamento do entorno com telas, entre outras mudanças. A reforma ficaria em torno de R$ 100 mil e seria feita em parceria com os açougueiros. Foi dado um prazo de 90 dias e a reforma não saiu”, destacou o comerciante.

“Na tarde da última sexta-feira (17) fomos comunicados de última hora que haveria uma reunião com a prefeitura e só então tomamos conhecimento que o matadouro seria fechado”, disse André Timo.

A maioria dos açougues funciona no mercado municipal. Os proprietários estão apreensivos com a medida e prometem manifestação para forçar a prefeitura a encontrar uma saída para o abate de animais o mais rápido possível, “Sem o matadouro, o abate será feito de forma clandestina”, disseram.

Eles lembram que o abate clandestino representa grave risco para a saúde da população já que, nessa situação, o animal não é examinado por um médico veterinário antes da morte. O procedimento permitiria identificar possíveis agentes transmissores de doença. No abate clandestino também não são respeitadas as normas sanitárias para a manipulação da carne.

Semanalmente são feitos cerca de 70 abates. Os açougueiros pagam à prefeitura uma taxa de R$ 30 reais por cabeça.

Matadouro está em péssimas condições de conservação (Foto: Gazeta de Araçuaí)

Açougues do Mercado Municipal de Araçuaí (Foto: Gazeta de Araçuaí)

Rejeitos são despejados em rio (Foto: Gazeta de Araçuaí)

Açougues do Mercado Municipal de Araçuaí (Foto: Gazeta de Araçuaí)

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(Fonte: Gazeta de Araçuaí)

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