Cantor de forró é preso suspeito de estuprar filha da namorada no Norte de Minas

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A Polícia Civil apresentou em coletiva, na manhã desta quinta-feira (9), João José Pereira Mendes, de 45 anos, acusado de estuprar a filha da companheira dele, em janeiro deste ano. Na ocasião, o homem, que é conhecido como Zezé dos Teclados, embriagou a criança, de 11 anos, durante uma carona de volta para a casa. Ele nega o crime, mas de acordo com a delegada responsável pelo caso, Karine Maia, o abuso foi constatado em laudo médico, e a criança apresentou detalhes de como o crime aconteceu, em dois depoimentos. O homem foi preso nesta terça-feira (7) mediante mandado de prisão preventiva.

De acordo com a delegada, João José fazia um show em Muquém, zona rural de Mirabela, quando ele combinou com a namorada que levaria a criança de carona para Montes Claros. No trajeto, o músico parou por diversas vezes e, enquanto isso, oferecia bebida para a menor. Os dois fizeram o trajeto de 70km, em quatro horas.

“A menina estava na casa da avó quando eles combinaram a carona até Montes Claros. No trajeto, ele foi parando em bares para tocar. A menina ficava no carro, mas ele levava e oferecia cerveja e pinga e para ela. Depois de quatro horas, já por volta das 22h, eles chegaram em Montes Claros. Ele ainda a levou para um bar no Bairro Monte Sião, perto de onde mora, e depois foram para a casa dele. Para a menina, ele disse que tinha ficado tarde e que não teria condições de levá-la até a casa da mãe. De madrugada, a mãe e um tio, percebendo que a menina não chegava, foram até a casa do autor e encontraram os dois ainda com sinais de embriaguez”, explica Karine Maia.

Na casa, o homem negou ter abusado da menina. Para a mãe, ele disse que a criança dormiu no quarto de hóspedes; versão que a família e nem os policiais acreditaram. “O tio e a mãe contam que a cama do quarto de visita estava totalmente arrumada, com o forro esticado, e que a única cama bagunçada era a do quarto dele. A menina, apesar de embriagada, conta detalhes de como tudo aconteceu. Ela fala que não sabia muito bem o que estava fazendo”, detalha a delegada.

Acusado de abusar de enteada é apresentado em coletiva (Foto: Juliana Peixoto/G1)

Prisão preventiva

O casal namorava há seis meses quando o crime aconteceu. No dia, a família foi para Janaúba onde o pai da criança mora. Lá, os envolvidos procuraram a delegacia e fizeram os exames, ainda pela manhã. A mãe também será investigada, já que havia se mudado, com a criança, para a casa do acusado depois do crime, fato que chamou a atenção da PC.

“Como o pai biológico mora em Janaúba, eles tomaram as primeiras providências na delegacia de lá. Foram feitos os exames e no resultado ficou constatado o rompimento do hímen; a menina era virgem. O caso foi remetido para a Delegacia da Mulher e nós pedimos a prisão preventiva dele para protegermos a criança. A mãe, mesmo depois da confirmação do abuso pelo exame de corpo de delito, se mudou para lá, e ainda deixava a criança com ele e ia trabalhar. Ela será investigada para entendermos a conduta e as circunstâncias que a levaram a mudar para lá e continuar o relacionamento”, explica Karine Maia.

No momento da prisão, João José negou os fatos. Ele também tentou correr dos policiais civis. Ele foi preso e encaminhado para o Presídio Regional de Montes Claros.

“Ele nega o crime e fala que a menina perdeu a virgindade com um rapaz da comunidade. Mas nós já checamos as situações e temos elementos para pedirmos a prisão dele. Além de proteger a criança deste ambiente, ele também ameaça familiares, coage a menina em não continuar com o procedimento e tenta manipular provas”, detalha.

Prisão foi feita mediante mandado de prisão preventiva (Foto: Polícia Civil/Divulgação)

Pena

João José Pereira Mendes, se condenado, pode pegar de 8 a 15 anos de prisão por crime de estupro de vulnerável, com dupla vulnerabilidade. “A criança, além de ser menor de 14 anos, foi embriagada. Recebemos uma informação que ele já se envolveu com mãe e filha, também menor de idade, em Belo Horizonte. Nós vamos checar esta informação. Ele não tem passagens pela polícia”, afirma Karine Maia.

Há relatos que o homem já teria oferecido bebida alcoólica outras vezes para a menor. A polícia também irá checar o procedimento do bar, onde eles foram ao chegar em Montes Claros, em permitir que a criança ingerisse bebida alcoólica no estabelecimento.

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(Fonte: G1 Grande Minas / Reportagem: Juliana Peixoto)

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