Estudantes brasileiros participam de seletivas para olimpíadas de astronomia

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Até a próxima quarta-feira (8/3), 91 alunos do ensino médio de escolas das redes pública e particular de dez estados vão participar de provas seletivas que definirão os representantes do Brasil na 11ª Olimpíada Internacional de Astronomia e Astrofísica (IOAA, do nome em inglês) e na 9ª Olimpíada Latino-Americana de Astronomia e Astronáutica (OLAA). As seletivas ocorrerão no município fluminense de Barra do Piraí e os dois eventos serão realizados na Tailândia e no Chile, em outubro e novembro deste ano, respectivamente.

A primeira etapa da seleção para o exterior foi online e envolveu mais de 3 mil alunos. O processo ocorreu depois da prova nacional da 19ª edição da Olimpíada Brasileira de Astronomia e Astronáutica (OBA), em 2016.

Gabriel Dante Cawamura Seppelfelt, de São Paulo, integrou a equipe do Brasil que conquistou medalha inédita de bronze na competição do ano passado na IOAA, na Índia. Gabriel completou 18 anos durante a Olimpíada. Para ele, a experiência foi muito boa, pois teve a oportunidade de conhecer pessoas de diversas culturas. Segundo o estudante, as provas foram muito complicadas. “Foi difícil conseguir [a medalha]”, disse. Tendo como matérias preferidas astrofísica, física e matemática, Gabriel diz que se sente “cada vez mais motivado para estudar”. Ele viaja nos próximos dias para o Japão, onde ficará por cinco anos cursando faculdade de matemática.

A estudante Ana Paula Lopes Schuch, do Rio Grande do Sul, também tem boas lembranças de sua participação na Olimpíada-Latino Americana de Astronomia e Astronáutica, em 2015, no Rio de Janeiro, na qual foi medalhista de ouro. “Foi muito bacana. Eu não esperava o resultado. O pessoal era muito bom, mas o time do Brasil também estava preparado”. Ana Paula trancou o curso de engenharia de controle da automação para se preparar para a prova do Instituto Tecnológico da Aeronáutica (ITA), no fim deste ano. Para ela, a experiência na OLAA ajudou no desenvolvimento do raciocínio lógico. “Aprendi também a estudar melhor.”

Treinamento

Até sexta-feira (10), dos 91 estudantes que participam das provas, serão selecionados 20 que vão disputar as dez vagas para a IOAA e a OLAA. Os dez restantes ficarão na equipe reserva. O grupo de 20 alunos participará de mais duas reuniões de treinamento, que ocorrerão provavelmente em maio e julho, nas quais serão submetidos a novos conjuntos de testes. “Nós vamos mantê-los mais focados e se dedicando mais”, disse o coordenador da Olimpíada Brasileira de Astronomia e Astronáutica (OBA), o físico João Batista Garcia Canalle. Ao final desse estágio, os organizadores da OBA saberão quem integrará as duas equipes nacionais.

Os estudantes farão quatro provas, sendo duas teóricas sobre astronomia e astrofísica, uma de reconhecimento do céu real e outra de planetário. Para isso, utilizarão os planetários digitais da OBA e do Museu de Astronomia e Ciências Afins (Mast). Depois de selecionados, os jovens deverão participar de treinamentos que incluem visitas ao Observatório Abrahão De Moraes, do Instituto de Astronomia, Geofísica e Ciências Atmosféricas da Universidade de São Paulo (IAG-USP), em Vinhedo (SP), e no Laboratório Nacional de Astrofísica (LNA), em Itajubá (MG).

Objetivo pedagógico

A 11ª  Olimpíada Internacional de Astronomia e Astrofísica terá a participação de competidores de 42 países. Na edição anterior, na Índia, o Brasil obteve três medalhas de bronze, sendo uma inédita na competição em equipe, além de três menções honrosas. Na 9ª Olimpíada Latino-Americana de Astronomia e Astronáutica, a expectativa é elevar o número de países concorrentes dos atuais nove para 12, disse Canalle. Em 2016, a Argentina sediou o evento e a equipe brasileira conquistou o primeiro lugar no quadro geral de medalhas, com duas de ouro, duas de prata e uma de bronze.

O coordenador nacional da Olimpíada Brasileira de Astronomia e Astronáutica informou que a competição tem objetivo “motivacional”, no sentido de induzir os alunos a estudarem e se interessarem mais pela astronomia e astronáutica e de capacitar os professores, mesmo a distância. “A gente usa a Olimpíada como um veículo pedagógico, para que a sociedade astronômica possa interagir com as escolas”. A preocupação, no Brasil, é que os alunos participem desde o ensino fundamental até o médio.

Na OBA do ano passado, participaram e obtiveram notas 774 mil estudantes. Já na China, o total foi de 100 mil, disse Canalle. “A gente vai fazer todo o esforço para continuar tendo bons resultados”, afirmou o coordenador, ao destacar que algumas escolas já contam com professores de astronomia, que treinam seus alunos durante o ano.

Organização

A Olimpíada Brasileira de Astronomia e Astronáutica é coordenada por uma comissão integrada por membros da Sociedade Astronômica Brasileira (SAB) e da Agência Espacial Brasileira (AEB). Em 2017, chega à sua 20ª edição. As inscrições ficam abertas até 19 de março. A prova será feita em fase única no dia 19 de maio. A Olimpíada é aberta para todos os estudantes dos ensinos fundamental e médio. Escolas públicas ou particulares que ainda não participam da competição podem se cadastrar pelo site www.oba.org.br.

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(Agência Brasil)

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