Ansiedade: o grande problema da pós-modernidade – Nilberto Antônio

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O mundo contemporâneo tem sido definido como a Era da Ansiedade, isso se dá, sobretudo, pela relação entre o estado psíquico e o ritmo de vida imprimido pelo sistema capitalista. Nesse sistema o ser humano é cobrado e pressionado, exige-se dele que seja competitivo e consumista, desse modo, o homem no mundo atual é por si só, fator que predispõe o surgimento da ansiedade, estando todos os seres humanos suscetíveis a ela.

Algumas características têm marcado de forma bastante significativa a pós-modernidade, são elas: O materialismo, que se associa ao reconhecimento pessoal por meio do poder aquisitivo que se possui; o hedonismo, com a busca de sensações novas e excitantes; a permissividade, que cria um clima de impunidade e individualismo; o relativismo, que se articula com a permissividade predispondo à criação de éticas subjetivas e individuais, por fim tem-se o consumismo, que associado ao materialismo nos fala de uma nova forma de liberdade- a de consumir.

Esses que podemos chamar de efeitos colaterais da pós-modernidade desencadeou uma gama de sintomas, dentre eles destaca-se a ansiedade. Como o homem é cobrado e estimulado a dar conta das tarefas em tempo reduzido, tornou-se presa da intolerância diante da espera. Essa intolerância torna as relações humanas cada vez mais complexas, tornando-o vítima da pressa, não se pode mais esperar, tudo “é para ontem”. Esta demanda tão incisiva faz com que o homem se torne cada vez mais ansioso. Conforme dados da Organização Mundial de Saúde (OMS) 33% da população mundial sofrem com ansiedade.

Em termos biológicos, ansiedade pode ser definida como uma característica do ser humano que se apresenta em momentos de perigo real ou imaginário, marcada por sensações corporais desagradáveis, tais como uma sensação de vazio no estômago, taquicardia, medo intenso, aperto no peito, sudorese excessiva, dentre outros sintomas.

Ansiedade pode então, ser compreendida como um estado interior de pressa permanente. Existe uma necessidade de resolver todas as questões o mais urgentemente possível, de fazer tudo imediatamente. Uma pessoa ansiosa precisa terminar tudo rapidamente. Dessa forma o ansioso nunca consegue relaxar, pois está sempre inquieto, apressado, está sempre vivendo o que ainda está por vir. Sofrendo por coisas que ainda nem vivenciou. Logo, esses sujeitos não conseguem viver o presente, nunca aproveitam/se envolvem naquilo que estão experienciando. Com o passar do tempo este sentimento torna-se tão intenso, que começa a causar sofrimento.

É extremamente importante diferenciar ansiedade recorrente do dia a dia, dos Transtornos de Ansiedade, onde estão inclusos: Ataques de Pânico, com ou sem Agorafobia (ansiedade de estar em lugares onde uma saída emergencial seria difícil); fobia específica (por exemplo, medo de insetos, animais, sangue, avião, elevador); Fobia Social (ansiedade provocada pela exposição a certas situações); Transtorno Obsessivo Compulsivo (mais conhecido como TOC, ocorrem obsessões e/ou compulsões); Transtorno de Estresse Pós Traumático (revivência de eventos traumáticos); Ansiedade Generalizada (ansiedade e preocupações persistentes); Transtorno de Ansiedade de separação; Transtornos de Ansiedade devido a condições médicas; Transtorno de Ansiedade induzido por substâncias.

Os transtornos de ansiedade compreendem quadros em que a presença de ansiedade acentuada, impactando nos processos comportamentais e psíquicos do sujeito, causando-lhe prejuízos em diversos âmbitos da vida, pessoal, acadêmico e social. Para definir se um estado ansioso e normal ou patológico, deve-se avaliar a intensidade e frequência com que ocorre, duração, e a interferência com o desempenho social e profissional do indivíduo. Dessa forma, a ansiedade patológica se diferencia da ansiedade normal, pois paralisa o indivíduo, trazendo-lhe prejuízos e não permitindo sua preparação para lidar com situações de ameaças.

Como dito a ansiedade é inerente à vida humana, no entanto, em função das exigências do mundo moderno, esse quadro tem se exacerbado, tornando-se um adoecimento extremamente incapacitante, causando sérios prejuízos à vida de milhares de pessoas. Por isso, ao sentir-se incomodado pela ansiedade que parece nunca cessar, a ponto de interferir na rotina diária, deve-se procurar um profissional capacitado para ajudar-lhe a lidar/manejar esses sintomas, evitando maiores prejuízos. Psicólogos são profissionais capacitados que podem ajudar a lidar com ansiedade, contribuindo para a melhora no quadro, consequentemente melhorando a qualidade de vida dos que sofrem com sintomas ansiosos.

Nilberto Antônio

Nilberto Antônio é graduado em psicologia pela Faculdade de Saúde Ibituruna – FASI, Psicólogo clínico, com ênfase em atendimento para crianças especiais, Psicólogo do projeto RIA – Responsabilidade na Infância e Adolescência. Atua voluntariamente na Associação Aamar e renascer (centro para tratamento de usuário de álcool e drogas).

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Telefone: (38) 9 9139-6023

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