Congelamento de óvulos: a gravidez depois do tratamento agressivo de câncer

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Segundo especialista, a fertilidade preservada ajuda a mulher a lutar pela cura

De acordo com o Instituto Nacional do Câncer (INCA), 28% dos casos de câncer entre o público feminino se refere ao câncer de mama e esta é sem dúvidas, uma das doenças que mais assustam as mulheres.

Segundo o artigo Em nome dos filhos, publicado pelo INCA, jovens que passam pelo desafio de ter de lutar contra um câncer não estão cientes de que a radioterapia e alguns tipos de quimioterapia podem provocar a infertilidade. Em estudos realizados ao redor do mundo, a estimativa é de que a infertilidade pode acometer 50% das mulheres que passam pelo tratamento e 70% dos homens.

No artigo também é apresentada a história de Valkiria Gomes, de 37 anos, que descobriu um câncer de mama no quarto mês de gravidez, após ter passado por quatro médicos no sexto mês de gestação, foi submetida a duas quimioterapias, a filha nasceu com oito meses e saudável, contrariando o que diziam os médicos. Leia também: Itália pode conceder bônus de 800 euros a casais que tiveram filho.

Mas muitas mulheres descobrem a doença antes mesmo da realização do sonho da maternidade e diante de um diagnóstico de câncer podem se sentir ainda mais fragilizadas pelo medo de não conseguirem realizar o sonho de ser mãe. Mas atualmente, o recurso do congelamento de óvulos pode dar às mulheres em idade reprodutiva e que descobriram um câncer, a possibilidade de engravidar após o tratamento.

O ginecologista e especialista em reprodução humana, Rodrigo da Rosa Filho, explica que o congelamento de óvulos é indicado para todas as mulheres que podem ter desejo reprodutivo no futuro e que serão submetidas à quimioterapia ou radioterapia, já que esses tratamentos oncológicos podem induzir à menopausa e à falência ovariana. O médico esclarece como é realizado o procedimento:

“O estímulo ovariano pode ser realizado em caráter de urgência em qualquer dia do ciclo menstrual e dura cerca de 10 dias. A coleta dos óvulos é realizada através de uma punção guiada por ultrassom via transvaginal. O período para o congelamento é anterior ao início da quimioterapia, que se inicia logo após a coleta dos óvulos.”

O portal que aborda assuntos em torno da maternidade, Trocando Fraldas (acesse) ressalta que cada vez mais mulheres em tratamento de câncer têm buscado pelo recurso de congelamento de óvulos, para a garantia do sonho da maternidade após o tratamento da doença. Os óvulos coletados podem ser transplantados em até 10 anos.

Fatores psicológicos também estão intimamente ligados a casos de câncer, muitas mulheres em idade reprodutiva que recebem o diagnóstico da doença se sentem ainda mais fragilizadas quando informadas sobre os riscos de não ter mais filhos.

O especialista em reprodução humana acredita que quando a mulher garante a chance de engravidar por meio do congelamento de óvulos, se torna muito mais forte emocionalmente para lutar contra a doença:

“O objetivo de quem tem o diagnóstico de câncer é se curar da doença e também ter uma boa qualidade de vida após a cura e o fato de saber que sua fertilidade pode ser preservada e o sonho da maternidade se mantém ajuda muito no processo de cura.”

Se a mulher deseja optar pelo procedimento de congelamento de óvulos após ser diagnosticada com câncer, o ginecologista orienta:

“O primeiro passo é buscar um especialista em reprodução assistida tão logo tenha o diagnóstico e tenha o tratamento proposto pelo oncologista. O estímulo hormonal começa com medicamentos específicos para esses casos e a coleta dos óvulos ocorre entre 12 e 14 dias.”

Dr. Rodrigo da Rosa Filho – Ginecologista, obstetra e especialista em reprodução humana

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