Cinco pessoas são denunciadas por fraudes no seguro DPVAT no Vale do Aço

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O Ministério Público (MP) de Ipatinga denunciou cinco pessoas suspeitas de fraudar as indenizações do seguro obrigatório de danos pessoais, o DPVAT, em Timóteo, no Vale do Aço. Entre os denunciados, estão três advogados, um despachante e um médico ortopedista.

Com exceção do médico, que é de Timóteo, os outros quatro envolvidos já haviam sido presos pela Polícia Federal, em abril de 2015 no Norte de Minas, na Operação Tempo de Despertar, que investigava a mesma fraude. Na época, a Polícia Federal e Ministério Público informaram que o prejuízo foi de R$ 28 milhões.

O esquema no Vale do Aço foi descoberto através de investigações do Grupo de Atuação Especial de Combate ao Crime Organizado (Gaeco). Segundo o promotor Bruno Shiavo, o principal articulador da quadrilha é o despachante. Ele procurava vítimas de acidentes de trânsito e intermediava o processo de requerimento de indenização do seguro DPVAT, junto com o escritório de advocacia, com sede em Montes Claros.

“O despachante era o cabeça da organização. As vítimas não tinham contato com os advogados, muitas vezes elas nem sabiam da existência desse profissional no processo”, disse o promotor.

O promotor explicou ainda que após o término do processo, 70% do valor pago das indenizações iam para as vítimas e 30% para o grupo. Eles contratavam o médico ortopedista para fazer laudos aumentando a gravidade das lesões para possibilitar a fraude.

“Quanto mais grave a lesão, maior é o valor que se recebe do seguro, por isso que eles falsificavam os laudos para aumentar a quantia e lucrar mais”, informou. O promotor acrescenta que a quadrilha pode responder por estelionato e organização criminosa.

Além de Timóteo, o Gaeco ainda investiga a possibilidade de a fraude ter se espalhado por mais cidades da região, como Ipatinga, Caratinga, Inhapim, Manhuaçu e São João do Oriente. Os valores dos prejuízos ainda não foram contabilizados pela Justiça.

O Delegado da Polícia Civil, Gilmaro Alves, explica que a maioria das vítimas não tinha conhecimento do esquema. “Nos depoimentos que foram colhidos percebemos a surpresa das vítimas ao ver os laudos periciais dos processos. Eles nos contam que foram procurados em suas residências, ou até mesmo na própria unidade hospitalar pelo despachante e acreditavam em tudo que era dito”, diz.

Uma das vítimas afirmou que não compareceu em nenhuma unidade policial para registrar ocorrência do acidente, e que de fato recebeu uma indenização relativa ao seguro DPVAT em sua conta bancária no valor de R$ 2.300.

De acordo com o inquérito, o despachante teria conseguido o boletim e a vítima não recebeu atendimento pelo médico que assinou o documento.

Seguro DPVAT

O seguro DPVAT é cobrado anualmente junto à primeira parcela ou cota única do imposto sobre a propriedade de veículos automotores (IPVA). O imposto reembolsa despesas com eventuais acidentes dentro do território nacional envolvendo veículo automotor.

O recolhimento do seguro garante indenizações em caso de morte e invalidez permanente, além do reembolso de despesas médicas e hospitalares, devidamente comprovadas.

(Fonte: G1 dos Vales)

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